quinta-feira, 17 de junho de 2010

Meta-argumentação

Me sinto cansado de TER que TER bons argumentos. Simplesmente prefiro o conhecido "papo-reto" do que toda uma estruturação lógica condicionada pelo sistema epistemológico de parecer "ter que explicar para qualquer um sobre qualquer assunto". Seria interessante isso... caso fosse igual a essa teoria. O problema é que leia muitos livros de comentadores de filosofia, de analistas políticos etc. O que vemos? um monte de blablablá afastado do que É, para uma análise superficial sobre tudo.
Como podemos nos achar sabendo sobre o que ocorre na política pelos jornais e revistas cheios de suas censuras comerciais e parcialidades, ou as informações que obtemos no próprio mundo acadêmico, que promete-nos informações livres de qualquer parcialidade, qualquer "qualquer outra coisa" que nos impediria de analisarmos as informações pela pureza dos fatos. Inclusive o mundo acadêmico torna-se uma "fraternidade" daqueles que tem acesso "as reais informações", puxa, como se ao entrarmos numa universidade, entrássemos também num acesso direto a um oráculo de informações reais.
É só ver uma pessoa antes e depois de entrar num curso qualquer de faculdade: se é direito, ele analisará tudo sob a ótica jurídica, se é filosofia, sob a ótica crítica, psicologia, sob a ótica psicanalítica etc. Uma verdadeira doutrinação de mentes. Você se transforma em um especialista e também em um grande babaca que segue as normas de como querem que sigam SEMPRE.
Grandes mentes, pouco conhecidas pela mídia, que eu admiro simplesmente abdicaram do mundo acadêmico. Viram que nele só teria um terreno infrutífero cheio de mimimis que impõe desde o início uma falsa liberdade na pesquisa. Você é livre, sim, para pesquisar aquilo que é outorgado "seguro" e com cidadania acadêmica.
Não se pode pesquisar alguém que tenha recebido um título de guru, por exemplo, sem que cai no cinismo degradante de que este não falava coisas sérias, mas pode pesquisar um "grande autor" que dizia que filosofias eram só retórica ou só discurso própria, opiniática... Pera ai, que mundo lógico ilógico é esse? Contradições atrás de contradições baseados no argumento do Livre Pensar. Mas que Livre Pensar de merda é esse? Posso colocar todas grandes idéias em pé de igualdade... mas umas serão mais iguais do que outras.
Posso muito bem ficar litigando em busca de respostas para isso como se eu estivesse em mais um meta-alguma-coisa, no caso, um tribunal que julga os próprios julgamentos, mas não dá. Por isso, sobra-me cair de cabeça nesse mundinho, ou deixá-lo de lado os blablablás e mimimis, mas continuar com a crítica, continuar com a filosofia.
Não há dúvidas em minha escolha, não é?

Um comentário:

  1. Texto brilhante. Bem da forma como eu o vejo na realidade. Gosto desse seu lado de expressar o que você realmente aprendeu em pratica. Pois até concordo com você Giovanni, esse livre pensar acaba dando mais espaço a pessoas burras e mal informadas do que o livre pensar.
    Livre pensar não quer dizer que você é obrigado a pensar, mas as pessoas tomam o principio como um bom motivo para não pensar. Elas, de alguma forma, deixam-se alienar por qualquer porcaria que a mídia nos passa. Veja por exemplo no meu texto que postei no meu blog referente as redes sociais.
    Agora esse negocio de abandonar o mundo universitário, para ter uma vida de autodidata é realmente para poucos. No entanto eu prefiro ficar no mundo universitário, pois serei bem sincero contigo caro amigo, não tenho coragem de abandoná-lo. E isso não é pelo fato de eu adorar o que faço, eu simplesmente não tenho coragem de abdicar disso que construí, e fico a pensar o que vão achar. Eu realmente não me enquadro nessa categoria de capacidade de abandonar o mundo acadêmico para viver uma vida só. Acho mais interessante, respeitando essa sua idéia em relação ao mundo universitário, a questão da filtragem em sala de aula. Pois veja bem, acredito eu ter uma ótica mais critica do que jurídica sobre o mundo, e veja bem, sou aluno de Direito. No entanto me aproximo mais com o mundo das idéias do que o mundo das leis. Sei que alguma hora isso vai ter que desaparecer, pois como havia dito para você quero mesmo ser um advogado. Mas e quando o que eu realmente queria ser mesmo era ser um pensador? Pois então meu caro amigo, sabes mais do que ninguém que nossas conversas nada mais são que colocar em pratica aquilo que você aprende e eu gostaria muito de aprender. Talvez esse meu lado curioso em relação a filosofia, a política e tudo mais faça eu estudar separadamente do meu curso essas matérias, esses assuntos. Nisso posso me enquadrar como um não ingressante no curso de filosofia (por exemplo), mas um curioso apenas.
    Tenho esse meu lado e entendo bem do que você fala quando fala em estudar coisas que não são reais. E realmente não são. Pois essa história de tentar trazer pro real aquilo que nos ensina é furada. O negocio mesmo é ver o que está ai, e doa a quem doer, mas se deve fazer uma analise critica e grandiosa pelo o que se acontece! O que se passou, passou, entendo que é necessário fazer uma ligação entre o passado e o presente, mas com isso estamos perdendo muito tempo e deixando conhecimento escapar por tão pouco.
    É dessa forma, com esse olhar analítico pelo o que se acontece, um olhar sincero sobre tudo que está presente, é que talvez podemos enxergar a besteira quem acreditamos ser verdade. Chega de procurar a verdade, vamos agora mesmo entender o real...


    abraços

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