quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A pia.

Tropecei, cai em cima da pia e ela soltou da parede e espatifou no chão. Não que eu a usasse, já estava há muito tempo sem uma torneira, ela era porta-roupa-suja. Espatifou e machucou meu joelho. No chão começou a escorrer do cano uma água que devia estar a muito tempo lá dentro. Antiga e mal-cheirosa.
Tropecei, me machuquei, quebrei mais uma coisa nesse dia, rompi com as possibilidades de me imunizar das dores que podia deixar de sentir. Fiz um milagre às avessas deturpado pelo momento ruim... péssimo. Só sei que já é madrugada, estou machucado e com uma pia em estilhaços no meu banheiro. Ela estava inútil, agora é inútil.
Pela primeira vez no dia encontrei semelhança com algo. - Pia, ao menos você não sente. Irá pro lixo e assim acabou sua utilidade nesse mundo.
Nunca pensei sentir tamanha inveja de algo tão inútil, inanimado e ordinário.

Um comentário:

  1. Nossa, você escreve muito bem!
    Parabéns!

    Débora Vasconcelos
    www.extremosdemim.blogspot.com

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