sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Da busca...

Há muito já passou da meia-noite. Mais uma noite vadia? Daquelas que me empurram pelas horas da madrugada, vacilando entre os minutos e qualquer piada tosca, entre nudez e um banho morno. Já não sei mais o que é tempo e o que não é desperdício: ficar de pijama, num dia de semana, até a tarde, escorrer entre a cama e o sofá, entre assoar o nariz em lenços de papéis frágeis, ir no banheiro lavar o rosto, olhar no espelho e constatar que é melhor olhar mais um poucos os sonhos. Quaisquer que forem eles.
Estou doente, isto é fato. Meu corpo dói, minha cabeça dói, minha garganta dói, minha mente... também dói. Não consigo gerar pensamentos estapafúrdios negando a vida, apontado-a como sem sentido ou qualquer coisa do tipo, quando o errado sou eu. O errado são meus conceitos quebrados, montados num tiro de canhão de várias doutrinas ideológicas e racionais, apontado para o suposto teto de vidro da fé. Quando na verdade é uma armadilha que rompe uma teia invisível e cai no meio do nada... Se eu não souber tomar cuidado posso estar ainda mergulhando nessa profusão niilista, e que isso não passa de um sonho dentro dum sonho, uma caixa chinesa, repleta de mentiras, retalhos e desencaixes.
Minha dor no peito, meu estado doentio, meus pensamentos extremamente racionais e chatos, tudo isso são minhas provas de que isso com quase total certeza (ainda assim, quase) não é um sonho.
E disso tudo poderia tirar um pouco de absurdo e diversão, mas nada além de uma torcida nesse pano velho que é a realidade, molhada por todas as crenças. Nisso tudo: qual o valor de tantas viagens entre a razão e todo o resto que só sobra perante a Deusa Razão? Nada mais que re-estruturações de conceitos e mergulhos poéticos na lasciva por qualquer pele, carne e complexo mental, de qualquer uma que desfila na mente laboriosa e atrasada de uma vida que já passou! Nada mais que um sem-sentido sem sentido.
Prefiro meu jeito deslocado de andar entre a fé, os conceitos, alguns dogmas e uma investigação torta perante ao que podemos ser. Se é que é isso...

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