Será impressão minha?
O mundo está mais poeta,
As pessoas exalam palavras
Rimas, prosas e versos...
Tudo está tão mais poesia,
nem feliz, nem triste
Uma palavra em riste
uma lágrima caindo
entre o papel e a tinta
confunde, arguia,
todo um dolo selvagem
de palavras, ora alegres,
ora tristes, quão verdadeiras?
Tão presas, em certezas vazias...
O que solto de minha boca,
nem é um grito, nem um pranto,
Nem arfar do cansaço de dias,
O que sai é dúvida sensível,
sensata, sincera, mas despreparada.
Não ouso pendurar bandeiras
Que ditem idéias e clamem o medo,
Que acham-se puras, boas e justas.
Não quero impelir minhas certezas
Que nem sei se tão certas são
Quero só uma boa dúvida
E prefiro até o fracasso pedagogo
Do que a vitória vazia...
(...Que vitória é essa, afinal?)
Demoro a dar os passos
Olho, à procura de pedras,
para o chão calcado por anos
Quantos pés já recebestes?
E quantos duraram?
Quantos pereceram?
Quantos caíram de joelhos,
com mãos aos céus,
pedindo clemencia?
Não quero certezas,
talvez, poesia, talvez...
Quero sentir enquanto há tempo
até o sempre, quando não me sobrará
mais dias atrás de dias.
Não quero certezas, não
talvez poesias, talvez erro,
insensatez, ação e beijo
cheiro e vida e abraços
lasciva, suspiros e olhares...
Não quero certezas,
elas não me bastarão!
E se for a poesia,
que seja a mais bem sentida!
Não quero certezas,
ResponderExcluirelas não me bastarão!
E se for a poesia,
que seja a mais bem sentida!
eu adorei isso *-*
nossa, adorei esse poema.
não é feliz, não é triste, o que seria então?
Contemplativo.
ResponderExcluirE prefiro até o fracasso pedagogo
ResponderExcluirDo que a vitória vazia...
bem mais válido.
ótimo! adorei o poema. vc tá escrevendo cada vez melhor, amado! *-*